quarta-feira, 22 de abril de 2009

O cabelo da Amy Winehouse

Tô com vontade de escrever, mas não sei sobre o quê. Escrevi uma besteira, apaguei. Escrevi uma bobagem, apaguei. A idéia mais desenvolvida que pus no Word era sobre uma velha que não saía de casa há anos, e, quando sai, é assaltada por uma gangue de mulheres que usam peruca de Amy Winehouse. A velha iria ficar assustadíssima, mas não ficou. Ficaria, se eu tivesse chegado a escrever essa parte. Apaguei antes de me irritar. Fazia piadas comigo mesmo sobre o texto. Piadas infames, como “essa história é cabeluda, heim”. Fiquei rindo sozinho, parei, me recompus, Crtl T, delete. Me irrito fácil com minhas idéias, me arrependo rápido das minhas piadas. Não tô a fim de me irritar, tô a fim de escrever. Tava até gostando dessa coisa toda da peruca, tava com vontade de escrever. Eu já disse isso. Enfim, o fato é que tô meio sem saco de tornar essa história interessante e crível. Se continuasse, ia acabar sendo somente um conto nem-tão-criativo e nonsense. E de nonsense, já bastam as pessoas em volta de mim. Tudo bem que as pessoas em volta de mim não são o ponto central desse texto. Tudo bem também que elas não são nonsense ao ponto de andar com peruca de Amy Winehouse por aí. Ok, algumas ocasionalmente andam. Mas esse também não é o ponto. O ponto é que não consigo fazer uma ficção decente há litros, e já cansei de escrever sobre crise de idéias. Tenho que mudar meus temas, eu acho. Por isso a Amy Winehouse. Na verdade, não escrevi história nenhuma sobre velha que sai de casa e é assaltada por moças de peruca. Eu só queria variar um pouco. Fora que eu sempre quis citar a Amy em algum dos meus textos. E isso é mentira. Não a parte que eu sempre quis citar a Amy em algum dos meus textos, eu sempre quis. É que eu escrevi a história sim, mas pensei que esse final revelador em que tudo era uma farsa seria divertido. Mudei de idéia.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Enfim...

O dia já não é mais dia, é noite. Mais uma vez, sinto como se não tivesse feito nada. Acordei, fui à PUC, assisti a três aulas sonolentas, voltei pra casa, baixei um programa de remixagem, baixei músicas indianas, tentei remixá-las. Falhei. Minha irmã disse que ficou péssimo, fiquei triste, eu sou péssimo remixador, depois fiz uma passagem muito legal, não sou péssimo, tava zero triste. Já são quase sete da noite, segunda-feira, quero ir pra uma festa que vai ter em Botafogo. Botafogo é longe, amanhã cedo tenho aula, já passei o dia todo com sono, se eu for, o hoje vai se refletir em amanhã, vou acordar, assistir a três aulas sonolentas, remixar mais músicas, provavelmente não mais as indianas que não agüento mais ouvir. Twittaram da festa, todo mundo vai pra festa, acho que vou, penso no banho, penso na roupa, penso nas aulas sonolentas. Eu faço comunicação, preciso me comunicar, vou pra festa! Sou do tipo que acredita que as melhores aulas são fora da sala. Observar os outros. Realmente acredito, mas acabo bebendo e esquecendo tudo no dia seguinte. Isso soou meio alcoólatra, não sou alcoólatra. Só que já sou distraído naturalmente. Nasci pra distração, esqueço tudo, me perco em meus próprios pensamentos, entendo, repenso, esqueço. Nasci pra distração, do liquido amniótico à amnésia. E essa frase que eu escrevi foi só porque pensei nessa aliteração enquanto fazia o texto e achei que seria interessante botar aqui, antes que eu me esquecesse e esse conjunto de “ams” ficasse perdido pra sempre no imaginário coletivo. Não que a frase seja totalmente deslocada do conjunto da minha vida/do meu texto. Eu sou distraído, sou sim, mas acho que isso não tem muito a ver com a minha intenção inicial, que era fazer um atestado de inútil-que-não-faz-nada-de-relevante-mas-que-se-preocupa-com-isso. A desculpa pra mim mesmo é que fui chamado pra ser dj de uma festa, em que, certamente, não tocarei música indiana. A mesa do meu computador tá cheia de formiga, acho que foi o chocolate que a tia Pompéia deu de presente pra minha mãe, que, aliás, tava sensacional – era durinho por fora, mas, quando mordia, tinha palha italiana dentro – e twittaram mais da festa, tão vindo aqui pra casa esperar pela carona pra Botafogo. Nota mental: não beber vodka porque você esquece e não beber cerveja porque você engorda, nota mental²: uma garrafa de cerveja não faz mal, nota mental³: na verdade não existe uma “nota mental³”, tô achando esse texto um saco, enfim...

domingo, 5 de abril de 2009

, heim?

A maior questão da sociedade pós-moderna: seríamos nós cobrados pelo chama-chama-ninguém-atende?