Dizer o que eu sou é como desabotoar camisa social com uma mão só. Você pode achar simples, mas pra mim é um desafio. Eu sou um homem procurando uma afirmação no meio de várias perguntas. Perguntas que na maioria das vezes eu sei a resposta, mas a reprimo até me fazer acreditar no contrário. Isso nunca deu certo, mas insisto – mesmo sabendo que é ruim. Eu sou um fraco. Sou um fraco que jura até o último fio de cabelo que quer ser forte, mas acaba se acomodando em sua posição. Se eu realmente quisesse alguma coisa, o mínimo que poderia fazer seria tentar alcançar. Mas como dá preguiça tentar! Então eu percebo que meus sonhos são passageiros, minha vida é passageira. Raphael, você é um passageiro. Eu quero pegar ponte aérea para o lugar mais inusitado – seja Austrália, Bielorrúsia ou Chipre – sabendo que o destino final é a minha própria vida. Eu sou um eterno aventureiro que busca, acima de tudo, ser diferente. Agora você pára e pensa. Será que eu sou tão diferente assim? E todos sabem que não. O roteiro da minha vida tem como personagem principal o maior clichê de todos. Mas meu filme tem linguagem singular. Sou um clichê bem encaixado. Previsivelmente original, originalmente previsível.
quinta-feira, 17 de abril de 2008
Meu roteiro
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6 comentários:
adoro ser um personagem coadjuvante desse seu roteiro. adoro falar frases clichês e viver as aventuras.
espero te encontrar muito por aí. nesse roteiro e em muitos outros.
=* meu roteirista preferido (depois do woody allen e mais alguns hahaha)
O importante é saber trabalhar bem o clichê.
a pergunta é: quem veio primeiro? o perfil, o post ou a dercy(derci?)?
bacana. procura redescobrir e escuta, acho válido.
Dizer quem você é... é como a vontade infinita de parar uma chuva passageira. É como estender um balde para recolher a água límpida que cai aos poucos e saber que não conseguirá enche-lo, tampouco conseguirá para-la. A chuva só vai embora quando quer, assim como você, que sempre vai embora quando quer e assim como o nome promete, está sempre de passagem. Todos nós estamos. E é essa vasta tentativa de escrever uma perspectiva diferente, talvez um outro roteiro de um outro ângulo... ou um ângulo de uma outra pessoa, ou simplesmente nada.
A água cai, limpa a rua, molha quem por ali passa e por vezes, revela segredos inesperados. A divergência entre o roteiro da água e o teu, é o desinteresse pela consequência. Talvez não possamos nos desfazer do medo, entretando o interesse do seu lápis pelo o que pode acontecer enfraquece a escrita... mas jamais o próprio roteiro.
Eine Umarmung von der Person, dass du wahrscheinlich wissen.
hê.
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