sábado, 6 de setembro de 2008
A Imagem
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
Criançando
For today I am a boy."
Minha vó até riria se eu dissesse a ela. Quanta pretensão falar isso aos dezenove. Mas tem os estudos, os favores, o trabalho, o amor. E sei que a lista só tende a aumentar. Como é trabalhoso trabalhar. E mais trabalhoso ainda é amar. Construindo e desconstruindo minhas tarefas, vou seguindo bem. Mas chega uma hora que me canso. É, vó, hoje não quero fazer nada, que nem criança. Mas você ainda é criança. Haha, quem me dera.
quarta-feira, 13 de agosto de 2008
Fácil demais
De longe, era a mais bonita que vi. E ela me olhava mais parecendo uma ninfeta pura que prostituta. A puta então veio até mim, me abraçou, e com sotaque bahiano, Bento, quanto tempo!, Mas meu nome não é Bento. Ela ficou vermelha, me pediu desculpas, saiu de perto confusa, me apaixonei. Mesmo sabendo que Bento devia ser algum cliente parecido comigo, perguntei quem era. Meu primo, ela respondeu, não o vejo há muito, Você é de onde?, Interior da Bahia, E o que faz aqui?, Sustento meu filho, Verdade? Não tem cara de mãe, Mãe não tem cara, só tem coração. Tive vontade de rir. São poucas as vezes que converso com gente de mau gosto. Não estava preparado para ouvir uma frase brega, mas reparei que, de certa forma, era muito verdade. Verdade demais para ser verdadeira. Porque, de verdade, você tá aqui fazendo isso?, Sustentar meu filho, já falei. Ela olhou para baixo, ensaiou uma saída, mas continuou ali parada parecendo querer conversar mais. Diz a verdade, vai! Ficou me olhando calada por três segundos, deu um passo à frente, É que eu me apaixono fácil. Esse é o modo que eu achei pra me esquecer deles, Por que esquecer?, Porque eles nunca ligam no dia seguinte, Você se apaixonou pelos caras errados, Talvez, E funciona?, O quê?, Esse seu jeito de esquecer, Às vezes. Os seus dedos do pé esquerdo moviam-se rápido sobre o salto-alto preto. Você tem mesmo um filho?, Não, Falar que tem filhos não é uma boa forma de conseguir clientes, Você não é um cliente... tenho que trabalhar, Espera! Se eu disser que também me apaixono fácil e que estou louco pra ficar com você, acreditaria em mim? Por um momento, ela me pareceu sem reação, mas logo coçou a cabeça, Acreditaria, E o que você vai fazer então?, Dizer que também estou apaixonada. A puxei pra dentro do carro, comi, não liguei no dia seguinte.
quarta-feira, 18 de junho de 2008
segunda-feira, 2 de junho de 2008
domingo, 1 de junho de 2008
Lugar comum
O que pode ser mais clichê que escrever sobre não saber o que escrever? Pois aqui estou me rendendo à falta de criatividade. Não pense lá que estou sem assunto, não é esse o motivo. O motivo é que às vezes não sei como é que posso expor algum tema. Como passar pro word esse emaranhado de pensamentos e histórias. O processo é viajar nas minhas lembranças, e, a partir disso, construir uma coisa nova. Isso nunca foi grande problema para mim. Palavras costumam me vir fáceis, mas elas, ultimamente, não me alcançam. E no meio dessa reflexão metalingüística é que me situo. Para ser bom escritor, não me basta esperar por palavras. Sou eu quem deve achar a melhor delas, que sei que está escondida atrás de algum lugar-comum. Esperando por mim.
domingo, 25 de maio de 2008
Direcionada
Estava deitado na rede da varanda. As páginas do livro se passavam. O sol das cinco coloria de vermelho o que me parecia um raio de alguns centímetros, que, na verdade, eram feitos de milhares de quilômetros. Pôr-do-sol, fim. Fim, começo. Começo, você. As páginas do livro se passavam. O vento batia leve em meu rosto, cortando o calor da tarde. Brisa, agradável. Agradável, prazer. Prazer, você. Lia sobre um homem cego, não, alguns homens cegos. Daí vinham as esposas preocupadas, ladrões, motoristas de táxi, policiais. Todos ficavam cegos. O sol batia leve em meu rosto, brisa agradável, agradável como deitar em rede. Milhares de quilômetros, milhares de cegos, milhares de informações, você. O sol batia em meu olho leve, e tudo ficou branco. Ceguei. Ceguei, pois só penso em você.
segunda-feira, 19 de maio de 2008
Pai, Papai.
João Miguel me surpreendeu num dia quando, no meio de fonemas incabidos e sem sentido, falou “Papai”. Sua primeira palavra, Papai. Não me agüentei de orgulho. O menino tinha menos de um ano e pronunciou assim mesmo, Papai. No fim da mesma semana escapuliu a segunda palavra de sua boca, Pai, e todos ficaram felizes. Era meu primeiro filho, não tinha muita noção da idade em que as coisas acontecem. Um dia ele chegou da escola quieto demais. Pai, o que é veado? É um animal, meu filho. Semana seguinte a pergunta foi pior, Papai, o que é boquete? Não sabia o que responder, desconversei, e nunca mais tocou no assunto. Dia seguinte fui chamado para conversar com a diretora, mas me aliviei ao saber que era para receber elogios pelo meu filho. Ele era o melhor da turma. Com seis anos ele queria ser astronauta, com sete queria ser aviador, com oito falou bem alto “quero ser médico, igual ao vovô!”, com nove não queria ser nada e com dez sua única certeza era de que casaria com a atriz Suri Homes Cruise, mesmo ela sendo treze anos mais velha. Meu amigo Paulo chegou perto dele de manso. Já decidiu o que você quer ser quando crescer? João Miguel olhou bem no fundo dos olhos de Paulo e, eu adoro cinema e adoro psicologia, mas vou acabar fazendo a mesma coisa que o meu pai. Meu amigo deu uma gargalhada. Mas qual dos dois?
sábado, 17 de maio de 2008
A Zebra e a Girafa
sexta-feira, 16 de maio de 2008
Melhor assim, por enquanto.
Te olhava pelo canto do olho, mas fiquei na minha. Depois de discussão com Pedro, qualquer coisa perto dele aumenta a briga. Eu estava com uns três ou mais amigos que não tinham muito a ver comigo, e, dessa conversa, não me lembro mais uma palavra. Só pensava em te olhar. Pedro não podia me ver olhando demais pra alguém, mas são raras as vezes que te encontro. Encarei o desafio. Movimentei minha cabeça o mínimo que podia para tentar alcançar meus olhos
quinta-feira, 15 de maio de 2008
Eu sei, não é assim.
Vou abrir um espaço do meu blog pra uma pessoa que escreve muito melhor que eu, Marcelo Camelo, e citar um trecho de "Sentimental".
"Eu só aceito a condição de ter você só pra mim.
Eu sei, não é assim. Mas deixa eu fingir."
quarta-feira, 14 de maio de 2008
Pirata velho
Pirata velho que sou, em muitas terras já pisei. Em cada terra, uma nova paixão, em cada paixão, um novo adeus e em cada adeus, a tripulação mudava.
Pirata velho que sou, nunca acreditei no amor. Pensava que viver era sobreviver, até descobrir que amava o mar. Fui dar meu tesouro ao mar, mas estava precipitado. Naufraguei.
segunda-feira, 12 de maio de 2008
Perto
Eu gosto do longe. Eu gosto do complicado. Não quero comida na bandeja. Quero cozinhar. Detesto o que se oferece. Quero escolher. Eu quero destrancar o trancado na gaiola, sem usar chaves. Quero ler o livro do topo da estante, lutar boxe sem proteção para os dentes, ir para a guerra sem capacete, entender um filme de olhos vendados. Gosto de trocar pneu sem usar macaco. Eu quero é andar a cavalo no pêlo. Enxergo, mas quero aprender braile. Vivo, mas quero imortalizar. Penso, mas quero sonhar. Enxergo, vivo, penso, mas quero sonhar. Releia o que escrevi e reflita, mas quero sonhar. Eu gosto do longe. E vou longe. Eu quero viajar. Viajar e não voltar. Mas meu destino não é qualquer. Peguei o mapa, olhei, olhei, olhei, olhei, olhei, escolhi. Quero ir pra Bielorrussia e lá ficar. Agora, sonhar é fácil e só me falta agarrar.
......
com mc donalds e café.
quinta-feira, 8 de maio de 2008
O cheiro
domingo, 4 de maio de 2008
Sujismundo
Como pode o mouse ser tão sujo por baixo? Eu quase nunca o viro de ponta-cabeça, mas quando faço, sempre me assusto com a sujeira engrenhada. É como uma borracha vagabunda, é como meleca depois do Rock in Rio. Meu mouse pad é limpo. A única coisa que toca nele sou eu... é, essa crosta preta quase que adesiva que se esconde por debaixo do meu mouse é fruto de mim. Eu lavo as minhas mãos, eu ando em terras limpas, jogo limpo com minha família, com meus amigos, sempre considerei minha mente limpa, poderia ser limpo, mas sou sujo. Sujo assim como a parte de baixo do meu mouse, que, mesmo sem motivos visíveis pra se sujar, é imundo. Pronto, limpei. Agora, quanto tempo será que demora pra sujeira voltar? Uma semana, um mês, um ano, um minuto... ?
sábado, 3 de maio de 2008
Moleque
Mas meu telefone toca e não atendo. Pois é, não atendo. Para quê me desgastar com um moleque? É sim, moleque. É como sair com meu filho, que, graças a Deus, já se casou. Do que mais posso chamar um solteirão de trinta e poucos anos? Moleque. Fiquei lisonjeada quando soube do seu interesse por mim, mas seria ridículo. Ele tem idade para a minha filha. Não quero, não posso, não faço, não vou fazer o que minha mãe não faria e o que a minha filha reprimiria. Não vou gastar o meu tempo com um desajuizado que só quer se divertir com uma viúva. Me procura todos os dias, quer conversar longo em todas as festas, quer me beijar, quer me tocar, quer me levar para a cama. Não quero, não posso, não farei. Calmante, água. Assim me sinto melhor. Telefone toca de novo, é ele, não atendo. Atendi, alô, telefone da minha filha?, 81884563, está bom, beijos. E desligou. É.
......
obs: não ligue para o número do telefone no texto, por que eu inventei. Não faço idéia de quem é. Preferi escrever um telefone com cara de verdade do que botar um que com certeza não existe (tipo 8888888, ou 81818181). Acho que passa a mensagem melhor e não tira a atenção do texto pra um número bizarro. Enfim, não ligue. (:
terça-feira, 29 de abril de 2008
sem título
ISADORA
Sabe... Às vezes a gente tem uma dúvida. Uma dúvida sem fundos. Ela está perdida no escuro, procurando um fim pra tomar. Até que essa dúvida, de tanto que insiste, atinge um lugar e se torna uma verdade. Mas no fundo, essa verdade continua sendo apenas uma dúvida. E ela está mais perdida ainda, porque acha que está certa.
Isso não é contextualizado em nada que aconteceu nesses últimos dias não. mas é que eu gostei de ler isso. Resolvi botar aqui.
Enfim,
Raphael.
domingo, 27 de abril de 2008
Viagem
Como dois ímãs, se uniram. Novo, tudo novo. Se acariciavam timidamente. Era o deleite da tranqüilidade, sabendo que mais tarde seria diferente. Se conheciam, se exploravam, se sentiam. Até que a da direita resolveu conhecer mais da outra e foi a fundo. A da esquerda concedeu e fez o mesmo. Eram duas viajantes com um mundo inteiro a se descobrir. Aproveitavam cada canto que achavam; sonhavam com cada canto a ser achado. E seguiam na busca de conhecer toda a área, sem prazo para finalizar a expedição. Na medida em que as regiões do outro mundo iam sendo reveladas, a vontade de conhecer mais outras aumentava. E isso refletia na ação das viajantes, que ficavam mais ágeis, mais famintas. Assim se conheceram. A partir desse momento, a viagem era apenas aproveitar o que foi descoberto. Refazer as rotas mais interessantes, desfrutar do melhor que a outra tem a oferecer. O ímã se desgrudou. Sorriram. Eram elas duas bocas beijando o primeiro beijo de muitos outros que ainda iriam trocar.
sexta-feira, 25 de abril de 2008
O prazer me destruiu
Avistei. Lá vinha ela vestindo o sorriso meia-boca irresistível que já vi usar com tantos outros homens. Muito prazer foi o que ela disse. Dois beijinhos, muito prazer! Certeza de que o prazer que ela diz não é o prazer que sente. Que prazer é esse que uma menina de no máximo vinte anos conhece? Prazer do dinheiro, prazer do sexo, das drogas. O hedonismo mais raso de todos é o que ela vive. Mesmo sabendo da escapez da fala me orgulhei de ouvi-la saindo de tão belos lábios. Diretamente para mim. Com meus quarenta, já conheço o que digo. Muito prazer, retribui. Ela sorriu, conversou três palavras com meu amigo, saiu, sumiu.
Semana seguinte lá estava ela com um sorriso meia-boca vermelho. Avistou. Lá fui eu. Meu amigo me seguiu. Ela passou por mim e cumprimentou o outro. Se virou para mim, muito prazer. Dois beijinhos, esfriei. O prazer me destruiu, me esvaziou. Que pena!, tão bonita e não sabe aproveitar a mais bela das palavras, que diretamente foi a ninguém. Com seus vinte não sabe o que diz. Bom falar com você, retribui. Eu sorri, conversei três palavras com meu amigo, sai, sumi.
segunda-feira, 21 de abril de 2008
A Caravela
sexta-feira, 18 de abril de 2008
Ezequiel Parte 2
Ezequiel achou que tinha perdido sua mochila até descobrir que não a tinha levado para a escola. Esperava que sua mãe o consolasse ao chegar em casa depois de horas de procura desesperada, mas Cleonice gritou com ele na primeira virada de chave na porta de entrada. Como vai ao colégio e esquece a mochila? Cansado demais para justificar qualquer motivo inventado, Ezequiel simula um desmaio. Cleonice acredita e eles vão ao hospital. Os desmaios continuam e os médicos culpam o excesso de gordura.
quinta-feira, 17 de abril de 2008
Meu roteiro
Dizer o que eu sou é como desabotoar camisa social com uma mão só. Você pode achar simples, mas pra mim é um desafio. Eu sou um homem procurando uma afirmação no meio de várias perguntas. Perguntas que na maioria das vezes eu sei a resposta, mas a reprimo até me fazer acreditar no contrário. Isso nunca deu certo, mas insisto – mesmo sabendo que é ruim. Eu sou um fraco. Sou um fraco que jura até o último fio de cabelo que quer ser forte, mas acaba se acomodando em sua posição. Se eu realmente quisesse alguma coisa, o mínimo que poderia fazer seria tentar alcançar. Mas como dá preguiça tentar! Então eu percebo que meus sonhos são passageiros, minha vida é passageira. Raphael, você é um passageiro. Eu quero pegar ponte aérea para o lugar mais inusitado – seja Austrália, Bielorrúsia ou Chipre – sabendo que o destino final é a minha própria vida. Eu sou um eterno aventureiro que busca, acima de tudo, ser diferente. Agora você pára e pensa. Será que eu sou tão diferente assim? E todos sabem que não. O roteiro da minha vida tem como personagem principal o maior clichê de todos. Mas meu filme tem linguagem singular. Sou um clichê bem encaixado. Previsivelmente original, originalmente previsível.
terça-feira, 15 de abril de 2008
Conseqüência
segunda-feira, 14 de abril de 2008
Ezequiel
sexta-feira, 11 de abril de 2008
Betina
Nas montanhas do Rio Grande existia aquele campo aberto em que a brachiara era a mais verde, o céu era completamente azul e o frio quase nunca dava trégua. Não era por outro motivo que a cidade mais próxima chamava-se Campo Lindo – lugar pequeno e sem muito charme. A pequena Betina estava cansada depois do dia todo fora da cidade. Ela não via a hora de voltar pra casa, principalmente porque mais tarde aconteceria o tão esperado espetáculo do circo.
Estava deitada no meio do pasto com uma florzinha amarela na mão. Ela levantou a flor e a botou contra o sol, tentando imaginar como seria a sombra que se formava em seu rosto. Assoprou a flor e as pétalas miúdas foram levadas pelo vento, com exceção de uma, que caiu em seus cabelos vermelhos, causando um grande contraste. A menina naquele momento desejou ser como aquelas outras pétalas: levada pelo vento.
Até que a voz estridente de sua mãe gritou ao seu lado “Levanta, Betina! Continua a trabalhar, menina!”. Ela, então, levantou-se e continuou a arar o capim. O vento batia em seu rosto enquanto ela percebia que o pasto não estava mais tão verde e havia uma nuvem no céu.
Por sorte conseguiu carona pra cidade com um caminhoneiro que passava ali por perto e chegou em casa a tempo de se arrumar pra ir ao circo.
Entre os cavalos inteligentes, o equilibrista, a mulher barbada, o mágico e o grande palhaço Zezé, o que mais chamou atenção foi o teatro de marionetes, que nem atração principal era. Betina olhava os bonequinhos boquiaberta. Estava encantada!
A história era sobre duas meninas, uma loira e uma ruiva, fugindo do lobo-mau. Betina se assustou quando a ruiva quase foi engolida pelo animal, mas, com ajuda da sua amiga se salvou.
No dia seguinte, Betina acordou bem cedinho pra ficar olhando o desmonte do circo e tentar dar uma última olhada naquelas marionetes. Ela observou como era diferente o palhaço sem maquiagem, o mágico sem cartola e a mulher barbada com a bochecha lisa. Ela via todos se preparando para deixar Campo Lindo, mas o que Betina mais queria ver não aparecia. O circo já estava partindo em uma caravana de ônibus e carretas quando ela, sem esperanças, se virou para voltar pra casa. Para sua surpresa, Betina viu ali no chão o que mais desejava no mundo. A marionete loira.
A garotinha pegou a marionete do chão e correu para casa com o maior sorriso que já abriu. Ela não conseguia acreditar que isso estava acontecendo – era o melhor brinquedo que poderia ter! Não demorou muito pra Betina pegar o jeito de como mexer na marionete, que logo foi nomeada de Bela. Não houve um único segundo daquela semana em que elas não estivessem juntas. Para a escola, para o trabalho, para comer, para dormir. Betina tinha encontrado o que sempre quis.
Até que um dia a menina foi tirar Bela do canto do seu quarto e o vestido da boneca prendeu em um prego. Rasgou. Por um momento Betina achou que fosse o fim da marionete, mas não foi tão grande o problema e ela logo arranjou um pano para costurar uma roupinha nova.
A menina fazia tudo por Bela. Penteava seus cabelos de barbante, brincava, botava pra dormir – Betina dava à Bela a vida perfeita. Pela primeira vez ela sentiu que tinha encontrado alguém sem defeitos que não poderia fazer mal a ela como os outros normalmente faziam. E por isso mesmo que Betina achava que Bela merecia todos os cuidados que ela oferecia. Não importava o que fosse acontecer, Bela, pra sempre, estaria com ela.
Mas o palhaço Zezé apareceu
Preferia não ter sido feliz com Bela a ter que passar por aquele momento. Em pé, no meio daquele capim que lhe parecia cinza, sentia as suas últimas lágrimas secando com o vento forte.
A menina não se gostava. Quando encontrou a felicidade, arranjaram um jeito de lhe roubar. Betina queria ser pétala, queria ser loira. Betina queria ser marionete.
quarta-feira, 9 de abril de 2008
O grito de um homem sem voz
segunda-feira, 7 de abril de 2008
domingo, 6 de abril de 2008
teligência.
O pior de parecer ser inteligente é a cobrança. Eu sou burro, um ignorante. E o que mais temo é a pergunta que me deixa atordoado pela única resposta que encontro - não sei.
Queria eu saber de tudo, revelar o mundo, argumentar. Mas o que me restam são somente idéias comuns escondidas atrás de belas palavras.